sábado, setembro 4

Investigações de presidentes latino-americanos

O segundo dia da Conferência Latino-Americana de Jornalismo Investigativo começou com duas mesas de debates sobre reportagens que investigaram os presidentes da República de países latino-americanos e o enriquecimento ilícito como consequência de negócios relacionados ao exercício do poder.

María O’Donnell mostrou em números como o casal Néstor e Cristina Kirchner duplicaram o seu patrimônio nos dois primeiros anos de mandato e como os números aumentaram vertiginosamente desde então. Dos 7 milhões de pesos argentinos iniciais, os bens já somam 55 milhões de pesos, algo como 10 milhões de dólares, de acordo com a declaração patrimonial.

Entre as atividades extras do casal, está o aluguel de grandes imóveis, investimentos em fundos fixos e também no setor turístico no sul do país. A jornalista lembrou também a estatização da empresa Aerolíneas Argentinas, que desde então tem convênio direto com os negócios turísticos dos Kirchner. No país, no entanto, não se discute o enriquecimento ilícito no Congresso, nem mesmo em época que campanhas eleitorais.

Da Colômbia, o jornalista Ignácio Gómez também falou sobre o enriquecimento ilícito do agora ex-presidente Álvaro Uribe, que comprou inclusive terras na zona franca do país. Gómez salientou a violência e intimidação dos jornalistas e como os paramilitares influenciam no modelo político do país.

Ao contrário da Argentina – e da maioria dos países democráticos – na Nicarágua a declaração de bens do presidente não é pública. De acordo com o jornalista Carlos Fernando Chamorro, o presidente Daniel Ortega e o seu governo gerenciam operações milionárias de fundos públicos. A estimativa é de uma movimentação de 950 milhões de dólares nos últimos três anos.

A conferência também está sendo transmitida pela internet, simultaneamente. Acesse: http://www.ipys.org/colpin-2010/index.html

Veja a apresentação de María O’Donnell:

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